RECONSTRUÇÃO DO PSOL EM MG

“A prática como critério da verdade” – Vladimir Ilyich Ulianov, Lenin

O processo de consolidação do PSOL Minas Gerais é mais do que uma necessidade, é uma urgência da ordem do dia. O partido nunca teve funcionamento unificado e no último período a consolidação de uma maioria simples distanciou a base do partido das construções nacionais do PSOL. A atual direção não corresponde a uma camada de antigos e novos filiados que tem colocado o Estado no debate nacional da consolidação da sigla. A mesma direção desde 2013 que não reflete a base popular do partido nem o corpo institucional parlamentar.  As primeiras parlamentares da capital são exemplo dessa necessidade e capacidade de expansão do PSOL Minas Gerais.

O Psol de Todas as Lutas trabalhou incansavelmente para que o Estado fosse considerado prioritário nas eleições de 2018, sendo responsável por ultrapassarmos a cláusula de barreira contribuindo também para uma bancada paritária entre homens e mulheres e com representação das lutas das mulheres negras, quilombolas e indígenas das Gerais.

Esse desempenho também permitiu que o Estado elegesse a sua primeira deputada estadual, mulher negra, das periferias da região metropolitana de Belo Horizonte, que tem expandido o seu diálogo e gabinete a serviço da consolidação e fortalecimento do partido na assembleia, mas também em toda Minas Gerais.

A referência criada sobre o PSOL, nacional e estadualmente, possibilitou o crescimento nos quadros de filiados e a aproximação de lideranças populares, gerando, também a ocupação de cadeiras parlamentares em nível municipal.

Uma direção estadual que vê as parlamentares eleitas como inimigas do partido, não tem a capacidade de unificar as ações da militância para uma atuação partidária fortalecida e potente que dialogue interna e também externamente. É uma direção turva que não consegue perceber que a relevância do PSOL estadual, atualmente, se dá única e exclusivamente pela existência dessas parlamentares e pela militância aguerrida, e quase sempre isolada, dos diretórios municipais e não pela condução do partido no estado que deixa muito a desejar.

Precisamos de uma Direção Estadual que aproxime a militância aguerrida deste Estado com as parlamentares eleitas e que virão a ser nas eleições de 2022. Apenas uma atuação articulada poderá fortalecer as siglas em diversas cidades onde as lutas e lutadores já atuam no seu dia a dia. Unificar as agendas de lutas, ter um raio x das demandas de cada cidade onde estamos presentes contribui para uma incidência parlamentar unificada.

Aproximar o diálogo entre as parlamentares municipais com a Estadual e a Federal, colocará o partido em outro nível de mobilização e construção para enfrentamento das lutas diárias do povo mineiro em articulação com a classe trabalhadora brasileira. O PSOL Minas Gerais tem plenas condições de incidir no debate local e nacional de maneira unificada com o nosso jeito único de fazer política com ousadia, determinação e luta.

Vem com o PSOL de Todas as Lutas!

As propostas abaixo são resultado de várias conversas pelo Estado. Assim, convidamos a você para junto conosco assinar esta tese e levarmos à frente o PSOL no Estado de Minas.

Principais propostas:

• Registrar imediatamente os municípios que elegeram as suas direções locais através de chamado amplo e democrático à militância para garantir a participação nas eleições de 2022
• Aproximar os municípios das construções e diálogos partidários com os mandatos estadual e federal.
• Esforço para estabelecer maior presença dos mandatos em construções e eventos municipais que propiciem crescimento do partido naquela região.
• Fortalecer uma equipe jurídica e contábil profissional (mesmo que por indicação política, mas com escopo técnico e entendimento de que trabalha para o partido e não para seus agrupamentos) para assessorar os municípios em sua estruturação e prestação de contas de acordo com a justiça eleitoral. Orientar os municípios a manterem um livro ata, e as funções administrativas e burocráticas de um partido para que este possa participar do processo eleitoral sem impedimentos.
• Fazer cartilhas e manuais de orientação para a construção de diretórios e sobre as funções dentro dos diretórios.
• Giro pelas Regionais para dialogar e debater com a militância sobre construção política e partidária, sempre que possível articulado com a agenda das parlamentares ou de suas assessorias diretas. Fortalecer as regionais onde já existe militância do PSOL.
• Incentivar a reorganização das setoriais existentes para que possamos ter um acúmulo estadual de diversas lutas que já acontecem nas cidades: organizar a base partidária através das pautas que mais nos afetam: mulheres, quilombolas, meio ambiente, educação, cultura, emprego e renda, dívida pública, etc..
• Incentivar criação de setoriais que trabalhem e se comuniquem com setores da sociedade onde ainda não temos suficiente inserção, como setores religiosos, setores mais periféricos, ambulantes, autônomos, sindicais, da luta por moradia e da luta pela terra. É preciso também juntar nossa militância que trabalha no serviço informal, em aplicativos e etc. Para que haja uma setorial que discuta o trabalho de uma forma mais atual com a visão da nova classe trabalhadora que temos no Brasil hoje e como organizaremos essas pessoas em formas Socialistas que seja uma opção diferente do empreendedorismo individualizado. Afinal nosso povo tem fome, não tem emprego e tem que pagar contas, cabe a nós saber como fortalecer e criar alternativas.
• Apostar em uma comunicação interna que seja informativa de todas as ações partidárias e parlamentares do PSOL. Estabelecer um canal de comunicação para construção das agendas locais com mobilização da militância em primeira mão.
• Estabelecer equipe de comunicação profissional (ainda que por indicação política, mas servindo a todo partido) para que possa reverberar informações internas às bases e melhorar a comunicação externa partidária. A comunicação também deve ser inclusiva e representativa. Que seja uma comunicação que forneça formações para a militância do partido.
• Fundar a sede estadual do partido na capital, buscar por um  espaço amplo, estruturado, que poderemos utilizar para fazer eventos, formações, plenárias, reuniões de diretório e executiva e receber militantes do interior para atividades. 
• Estudar e planejar com os municípios a formação de sub-sedes regionais para organizar e integrar a militância local em suas pautas, com espaços para a construção de atividades amplas que dialoguem com as cidades ao mesmo tempo que promovam formação e reflexões políticas. Exemplos de atividades: CinePSOL, Quinta Análises do PSOL, Final de Semana Socialista, Boteco do PSOL. 
• Criar um folder descritivo do PSOL com linguagem clara, para que as novas pessoas possam conhecer melhor o partido. Investir na comunicação, tanto interna, quanto externa do PSOL. 
• É preciso que dentro da comunicação tenha pessoas das periferias, dos interiores e  dos movimentos sociais.  E também que o partido estimule formações sobre linguagem popular, além de valorizar e incentivar a construção de figuras públicas periféricas para que essa seja de verdade e na prática a cara e a linguagem do partido.
• Construir um setorial de cultura e que seja fortalecido artistas do partido com divulgação de seus trabalhos nas redes, entrevistas, incentivos e formação sobre captação de recursos e como escrever projetos e editais.
• Criar e/ou fortalecer as mídias sociais do partido no Estado, como: site, Instagram, Twitter e outras para o compartilhamento de documentos, artigos e debates, divulgação das ações locais e com aba para acessar as páginas das parlamentares e as páginas dos municípios onde houver o partido organizado.
• Reunir permanentemente com representantes dos diretórios municipais de cada cidade e articular as cidades para uma maior aproximação regional
• Estabelecer imediatamente um calendário de reorganização do partido nas cidades, a partir das articulações regionais.
• Incentivar plenárias estaduais para que a militância do partido possa debater temas relevantes da nossa conjuntura estadual e nacional, criando espaços formativos e de auxílio político entre a base partidária.